terça-feira, 28 de julho de 2009

O HOMEM PULANDO O MURO


Desde o início do mês, as praias de Copacabana, Ipanema e Leblon exibem a mostra "Street Bienalle" que faz parte dos eventos ligados ao ano da França no Brasil. São painéis de 10 metros de altura com obras de sete artistas franceses.


Este da foto é do artista plástico Blek le Rat, e a obra "L'homme qui traverse le murs". Ele realmente parece estar pulando um muro. Pelado. E pela cara da moça ao lado, não fez o que deveria ter feito.


Ou o marido chegou antes, ou ele teve problemas de performance (Não é assunto recorrente e nem ato falho. Até o momento está tudo certo comigo...)


Mas que este painel dá o que pensar, ah isso dá...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

FUMAR PODE CAUSAR IMPOTÊNCIA


SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS


Anteontem assisti ao vídeo de conclusão de curso (curso concluído há nove anos, diga-se) de minha amiga Ceiça. A despeito de toda dificuldade e limitação de quem faz um trabalho deste tipo sem recursos, eu gostei muito do resultado, e passados os primeiros minutos, você está tão absorto na história que eventuais precariedades nem se fazem notar, caso existam. Mas não é esse o ponto que eu quero tratar.

O curta que é no estilo documentário (usando também dramaturgia) fala dos lugares mal assombrados de Recife. Ontem andando pela orla de Copacabana fiquei imaginando se há algum lugar mal assombrado famoso aqui no Rio. Deve haver... mas neste ponto de meu devaneio dou de cara com a estátua de Carlos Drummond de Andrade, obviamente com sua devida e tradicional depredação nos óculos.

Começo a imaginar se não é o próprio espírito no consagrado poeta que volta para dar uma modernizada no seu visual. Com o avanço da medicina aqui na nossa terra de expiação, imagino que as cirurgias espirituais estejam igualmente modernas, e que nosso querido Drummond pode muito bem ter operado a miopia e esteja ansioso para dar este retoque no visual. Ele vem, tira o óculos, os responsáveis pelo patrimônio público recolocam, e fica essa guerra... Façamos a vontade do poeta, e o deixemos mais moderno e contente com o seu visual...

Seria bom não? Teríamos uma alegria dupla de que : 1) Drummond feliz, aprovaria seu novo layout. 2) Não são vândalos que depredam um patrimônio artístico e cultural da cidade. Pena que isso é só um exercício de imaginação.

Melhor recolocar quantos óculos sejam necessários. Drummond está muito acima de dilemas estéticos, e deve estar dando um tempo de olhar para o Brasil, por puro desgosto. Devemos ter sempre o “dinheiro do ladrão” disponível, ou seja, antes ter um óculos para saciar a sanha destrutiva de uma parcela ignara de nossa população a atiçar maiores cobiças...

Senão periga a estátua amanhecer sem cabeça.

O CÃO E A RAPOSA


Não, não é o clássico da Disney.

Hoje ao ler o jornal me deparei com a interessante notícia sobre o namorado da neta de Sarney, nosso popularíssimo presidente do senado, e por que não dizer, nossa raposa mor no zoológico que é o panorama político nacional.

Pois bem, o rapaz, Henriqe Dias Bernardes, denomina-se “cachorro”, no orkut. Pelo menos este é mais sincero. Seu grito de guerra é “Mulher e dinheiro, dinheiro e mulher, sem os dois eu não vivo, qual dos dois você quer? Vamos consagrar o estilo cachorro”. A estas alturas talvez o perfil dele já deva ter sido até mesmo deletado... Porém fica o registro.

Sarney lhe fornece a neta, e lhe forneceu o cargo. Ou seja, mulher, dinheiro e roupa lavada. Nossa raposa velha tem o estilo paizão! Resta saber qual animal é a moça e qual vai ser o resultado de tão prozaico cruzamento!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Gripe no Senado




Dúvida: se certos representantes do povo estão chafurdando num lamaçal de chiqueiro, por que não pegam gripe suína? Imunidade parlamentar?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia do amigo...


Impressão minha ou dia do amigo tá virando uma data assim, Brastemp?

Se a moda pega e o pessoal tiver que ficar comprando presentes, vai ter neguinho esvaziando a lista do orkut.

Ter um milhão de amigos vai ser prejuízo na certa.

Bom momento para a volta do Elesbão da TV Pirata (lembram do bordão? "Elesbão não tem amigos...") Haja narjaras turettas...

Teclados, ônibus e twitter


Estou numa lan em Copacabana. O "b" e o "e" deste teclado estão horríveis. Ao menos o rapaz que estava sentado no computador ao lado parou de ouvir pagode. Mesmo com fone de ouvido já estava irritando.

Hoje dando o meu cochilo (ultimamente habitual, por causa do jogging matinal) ouço uma garota reclamando com o motorista que quase foi atropelada porque ele passou na faixa da esquerda ao invés de parar no ponto. Já falei sobre isso aqui.

Só que a garota trabalha comigo, a Natasha, e tirei muita onda da cara dela hoje por causa disso. Disse que acordei com ela gritando, e acordei mesmo. Isso no 2113 - Taquara, ô ônibus xexelento! (O "b" e o "e" deste teclado estão me irritando!). Na foto uma imagem corriqueira, provavelmente é o ângulo mais comum pelo qual ele é visto, indo embora.
E nós fora dele.

Mas eu sei bem o que a Natasha passou... Semana retrasada ainda briguei com um motorista de outra linha, que fez o mesmo com um amigo meu. Só que apenas ele subiu no ônibus, e disse que os passageiros ainda me criticaram.

Merecem ficar plantados esperando mesmo. Tomara que andem de Piabas a vida inteira!


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Estou viciadinho nesta brincadeira do Twitter. O bom é que praticamente não toma tempo. É quase um pensamento em voz alta... Ou melhor, um pensamento escrito.

O problema é que, sem net em casa, tenho crises de abstinência noturnas.


Romance


20 de abril

Eduardo conhece Rosana. De início ele a estranha, os dois ficam.


23 de abril

Eduardo e Rosana estão apaixonados. Eles não conseguem mais se desgrudar.


24 de abril

Eduardo e Rosana assumem romance. Todo mundo acha graça na rapidez das coisas.


25 de abril

Eduardo e Rosana tomam vinho e fazem amor. Ele guarda a rolha.


29 de abril

Eduardo e Rosana viajam com a família dela para Búzios, a mãe dela o adora.


03 de maio

Rosana diz a Eduardo que quer casar com ele e ter dois filhos, Maria Eduarda e Theodoro, em homenagem ao pai dela.


07 de maio

Rosana deixa Eduardo esperando em um restaurante. Ele se chateia. Os dois se encontram mais tarde, mas ela já está meio distante.


10 de maio.

Rosana diz a Eduardo que não vai beijá-lo para não pegar gripe. Ambos concordam que andaram rápido demais.


11 de maio

Rosana não pode ver Eduardo, pois marcou com uma amiga.


12 de maio

Rosana vai a uma festa do trabalho, não pode ver Eduardo.


14 de maio

Rosana está com dor de cabeça.


15 de maio

Eduardo pergunta a Rosana se ela quer separar-se e ela pergunta se ele vai se chatear. Ele vai embora triste.


17 de maio

Eduardo não aguenta de saudade, tenta ver Rosana, mas ela não retorna.


19 de maio

Eduardo sofre. Rosana vai a uma festa.


22 de maio

Eduardo encontra Rosana em uma festa. Ele bebe, ela bebe. Eduardo tenta não se importar, mas chora ao vela desaparecer com um rapaz para dentro de um carro no estacionamento. Os vidros embaçam e ela sai quarenta minutos depois. Eduardo beija a primeira mulher que vê, mas não se sente melhor por isso.


24 de maio

Eduardo anda pelas ruas de São Paulo, passa em frente à casa de Rosana, tenta vê-la mais uma vez. Ela o dispensa. Eduardo pega a rolha do vinho que beberam juntos e joga em uma lata de lixo qualquer.

Ele compra o jornal e segue sua vida.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Prima do Chico Buarque...


Manhã em Copa.


Aguardo o sinal abrir para atravessar com minhas sacolas de mercado, quando ouço a voz feminina atrás de mim:

- “Deixe o coração falar” é uma peça de teatro?

Olho para a mulher, de no máximo cinqüenta anos, aguardando minha resposta com interesse. Rapidamente começo a procurar no alto alguma faixa onde ela possa ter lido o título, olho para o vidro traseiro do ônibus na minha frente, e ela percebendo-me atordoado revela:

- Está escrito na sua camiseta.

Lembro então que estou usando uma camiseta do filme “Os Desafinados” de Walter Lima Júnior, a frase citada está nas costas. Não ia achar nunca.

- Ah, não... é um filme! Na verdade chama-se “Os Desafinados” .– respondo.

- Do Walter Salles?

- Não, do Walter Lima Júnior.

- Ah... vou procurar o Walter Salles. Meu avô sentou muito com o pai dele no chão, quando trabalhavam no banco...

- ?

- Eu vou procurar sim, pedir patrocínio. Vou mesmo. Sou prima do Chico Buarque, mas nunca pedi nada, que eu não gosto de ficar pedindo. Mas agora vou pedir sim...

- ?

- Ah, já fui falar com a Marieta Severo, com aquela louca da Andréa Beltrão, vou procurar o Walter Salles também, ele vai ter que me ajudar. Vou pedir pra todo mundo me ajudar, eu escrevo, vou me meter com essa gente de teatro, escrevo desde os dezoito anos.

- Legal... Você....

- Cansei sabe? Dei mole. Você é ator?

- Sim, sou, mas faz um tempo que eu deixei de atuar.

- Ah, mas eu lembro de você. Já vi alguma coisa sua! Você é do Sul né?

Legal! Estou sendo reconhecido na rua! Por alguém que nunca me viu...


- São Paulo. Talvez você esteja me confundindo porque...

- Ah São Paulo! Fala cantado, pensei que era de Santa Catarina... Eu estou acostumada a mandar Sedex pro Sul, conheço o sotaque.

Nesse ponto me questiono (em silêncio como pode-se supor) sobre o que o fato de mandar Sedex para algum lugar auxilia a identificar o sotaque. Vou viver cem anos e descobrir que não sei nada da vida...

- Conheço também o sotaque de Maceió que é a terra da minha mãe...

Então o Chico Buarque tem uma tia alagoana! Acho que deve ter isso em alguma música... não... se não me engano ele falava que o avô era pernambucano. Que seja...

- Ah, todo mundo vai ter que me ajudar. Escrevo desde os dezoito anos. Fui boba. Fui fazer Direito, agora meus clientes todos morreram.

- ?

- Eu não tenho mais clientes. Tudo marginal menor de idade, malandro que morre com 21 anos... não tem mais nenhum vivo.

Sei que devia ter pensado isso nas primeiras frases dela... mas nunca é tarde: esse papo tá meio estranho.

- Bom, eu atravesso aqui. Boa sorte com suas peças...

- Ah, obrigada! A gente ainda vai se falar muito.

Sinceramente? Espero que não.




SET LIST
Isso aqui tá muito bom - Chico Buarque e Dominguinhos
Heal the pain - George Michael
Come anytime - Hodoo Gurus
I Santo California - Tornero
Jack Johnson - Middle Man
Joan Jett - I love rock and roll

quinta-feira, 9 de julho de 2009


Começando. Terceiro dia de atividade física, já não é tão difícil levantar da cama. O ritual do café da manhã, na mais completa solidão tem um efeito terapêutico. Andava esquecido do que era estar só. Não que nos meus últimos meses eu tenha tido tanta companhia, mas uma coisa é estar só e ansioso, triste até, esperando por alguém que não chega. Outra coisa, e é disto que eu estou falando, é aquela solidão que inspira, leva à reflexão.

Café tomado, protetor solar, ânimo satisfatório e lá vou eu.

Copacabana é linda. Caminhando antes das oito da manhã o que se vê é um desfile de personagens e histórias (todas supostas por mim, óbvio) que dariam para encher páginas. Nesta hora ainda jovem caminham as pessoas que dormem cedo, que trabalham cedo, e que têm uma preocupação mais profunda do que apenas manter um corpo atraente e bronzeado.

No Leme um grupo de senhoras (a mais jovem aparentava uns sessenta e cinco anos) realizam uma estranha movimentação que aos poucos adivinho ser uma espécie de ginástica. Observando bem, localizo a líder ou professora, que é quem faz primeiro os movimentos. Depois as outras repetem, cada uma a seu modo, usando aquela liberdade que só tem quem já não se importa com quem olha, e fica uma linda confusão de cabelinhos beges, roxos e brancos adornada por bracinhos frágeis cobertos por malhas finas a moverem-se livremente, cada uma imaginando estar seguindo à risca os movimentos propostos. Sou tomado por uma onda de carinho, e por pouco não corro a abraça-las, eu mesmo saudoso de minha mamacita, que também tem uma coroa branca de sabedoria...

Passo adiante, ainda enternecido e observo uma mulher, moradora de rua sentada no banco do calçadão, a ler atentamente uma brochura, destas de banca no formato “paperback”. Curioso de saber do que se trata, mas com o alcance limitado da vista, nada posso fazer a não ser imaginar que esta senhora de figura triste, talvez aparentando bem mais idade do que deveras tenha, esteja lendo “Irmãos Karamazov”, ou “No coração das trevas”... Confesso que não me surpreenderia, tenho certeza de que na rua vivem literatos e intelectuais verdadeiros, que cansado da hipocrisia mundana, simplesmente se retiraram desta “festa pobre”, e foram desfrutar da infinita liberdade de não serem mais ninguém a não ser eles mesmos...

Muita viagem. Mas não deixa de ser uma visão romântica da pobreza absoluta.

Hora de correr, e aí a observação cede o espaço para a verdadeira reflexão. Lista de coisas a fazer, comprar um pen drive, uma cueca, aproveitar que é quinta e ir à feira (e comprar mais do que apenas tomates), carregar músicas no MP3 player que, aliás, fiz o favor de esquecer.

No mais penso no futuro imediato, nos dias que se aproximam, planos, sonhos... Este último item aliás é a minha perdição. Sonhar é bom, mas caramba, vamos combinar que eu ando exagerando na medida a ponto de esquecer tudo o que é necessário ser feito para que pelo menos o mais simples destes desejos se realize... Nota a tomar: colocar o pé no chão, para aí sim conseguir voar...

Terminada a corridinha, bebo um iogurte batido com ameixa no Bibi pelo qual me cobram a exorbitância de seis reais, e sigo adiante.

Amanhã terei mais caminhada, mas salvo apareça alguma coisa digna de nota prometo escrever sobre outro assunto.

O set list de hoje é o barulho do tráfego na Barata Ribeiro e um ou outro som que chega da feira da rua em frente à minha janela.

Baccio!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Som, fúria, prêmio e transmissão de pensamento!


Estou vendo "Som e Fúria". Adorei "Maysa - Quando fala o coração", mas a nova minissérie certamente supera tudo o que já vi ultimamente! Este ano fomos presenteados com duas produções caprichadíssimas!

Vale a pena dar uma olhada, sei que passa tarde, eu mesmo estou assistindo no Globo.com. Meus amigos, ainda mais quem tem alguma vivência em teatro vai curtir à beça.

Estas coisas me dão orgulho. Gol de placa!

Hoje ganhei um prêmio. Eu e o Mineiro (idéia dele, convite dele, redação final dele), meu parceiro de trabalho, nos inscrevemos num concurso comemorativo dos 44 anos da empresa na qual trabalhamos, e depois mais ou menos dois meses de ansiedade o resultado... Ficamos em quarto lugar! O prêmio é uma filmadora... Mas o prêmio maior é o reconhecimento. Caramba, muito bom.

E por último (e nem de longe menos importante, pelo contrário, mais emocionante, por isso deixei pra fechar) a transmissão de pensamento!

Faz dias que estou pensando nos meus afilhados, na minha família, na falta monstruosa que tenho sentido deles... Faz tempo que eu quero ligar, mas não andava no meu melhor, e não queria passar tristeza para as pessoas que amo. Falo com minha mãe, mas travo geral para ligar para todos os outros... Pois então, agora há pouco, meu sobrinho e compadre me ligou, eu que achava que ele andava meio puto comigo, posso respirar sossegado... Esta semana vou ligar pra todo mundo, afinal estou entrando numa vibe legal, até acordando cedo pra correr na praia, vejam vocês...

Tá meio medíocre essa minha volta à escrita. Sem a minha ironia habitual ou muita elaboração. Mas o assunto também não é pra piadinhas, estou falando de estado de espírito e de emoções.

To pegando o ritmo, me aguardem, volto com tudo, e não demora muito.

Não tem trilha sonora.... To numa lan, sem ouvir nada que não seja os tec tec dos teclados ao redor, vozes perdidas e uma tv abafada...

Assim sendo, vou. Mas volto.

Beijo do gordo.